voltar

SNS e privados: na complementaridade é que está o ganho

12.06.2023
SNS e privados: na complementaridade é que está o ganho
Nos últimos anos, por razões várias, incluindo ligadas ao financiamento, recursos humanos e técnicos, ou à própria gestão, temos assistido, de uma forma geral, a uma redução progressiva da capacidade de cobertura e atendimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).  

Face a este cenário, que tem trazido evidentes constrangimentos para as populações, um pouco por todo o país, o setor privado tem vindo a ocupar um espaço cada vez mais importante na prestação de cuidados de saúde aos portugueses, seja nas cirurgias programadas, nas consultas externas ou nos exames complementares de diagnóstico. Em Portugal, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o contributo dos hospitais privados para o Sistema Português de Saúde é significativo e crescente, contando atualmente com cerca de 130 unidades hospitalares (11.600 camas de internamento) e 40.000 colaboradores. 

A atividade dos hospitais privados portugueses aumentou em 2021, de acordo com os dados do INE, tendo-se verificado aumentos de 27% nos atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica e nos internamentos, e de 22,7% nas consultas externas. 

Segundo Óscar Gaspar, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) "os números são claros: esse trabalho está a ser feito com êxito. O facto de já três milhões de portugueses terem seguro de saúde aumenta, de ano para ano, a nossa cobertura e alcance. Foi um ano em que os hospitais privados alargaram significativamente a oferta de saúde aos portugueses, fazendo mais de 8 milhões de consultas, mais de 1,3 milhões de episódios de urgência, mais de 235 mil cirurgias e 13.197 partos”. 

Em 2021, os hospitais privados asseguraram 36,8% das consultas médicas, 27,9% das cirurgias em bloco operatório, 13,8% dos atos complementares de diagnóstico/e ou terapêutica, 15,8%, dos atendimentos em urgência e 27,7% dos internamentos. 


Consultas médicas na unidade de consulta externa dos hospitais segundo a natureza institucional, Portugal, 1999-2021 




Em 2021, os hospitais privados realizaram mais de 7,8 milhões de consultas, o que corresponde a 37% do total nacional. 

  

Evolução das cirurgias nos setores público e privado




 
Em 2021, os hospitais privados realizaram mais de 280 mil cirurgias, o que corresponde a 28% do total nacional. 

A correlação entre a atividade dos hospitais privados e a cobertura através de seguro de saúde e subsistemas (nomeadamente ADSE) é, assim, muito relevante, uma vez que se estima que entre 65% a 80% da faturação dos hospitais privados seja financiada através de seguro de saúde ou subsistemas (com destaque para ADSE).  

Neste contexto de evolução do Sistema Português de Saúde, o setor privado de prestação de cuidados médicos, bem como o financiamento do seu acesso através de seguros e subsistemas, continuarão a desempenhar um papel de crescente relevância, sendo a complementaridade das duas vias de prestação de cuidados médicos (público e privado), aparentemente, incontornável.  

Na MDS, estamos atentos a esta evolução do mercado de seguros de saúde e já há muito que a nossa estrutura integra uma equipa especializada e dedicada à gestão de riscos de saúde, vida e pensões. Esta equipa dá suporte e acompanhamento aos clientes (tanto empresariais como particulares), identificando as melhores soluções de gestão de risco, adequadas ao perfil de cada um, com coberturas mais abrangentes e menos limites e/ou exclusões.  

Estamos em crer que o mercado irá continuar a desenvolver a sua oferta e que, a breve prazo, teremos soluções de seguro de saúde de baixo risco, para aqueles com menor capacidade financeira ou com limitações de idade ou patologias pré-existentes.  





Rui Meireles, Diretor de Seguros de Pessoas, MDS Portugal 
Publicado no Vida Económica