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Seguro de Crédito: um “GPS” indispensável na gestão financeira

13.11.2023
Seguro de Crédito: um “GPS” indispensável na gestão financeira
Vivemos ao minuto…  Diria mesmo, ao segundo! 

Depois de sermos surpreendidos por um dos períodos historicamente mais desafiantes para as economias mundiais, com a crise pandémica, e após ultrapassada essa fase e "vermos a luz ao fundo do túnel”, estávamos todos errados se pensávamos que essa luz era finalmente um período de crescimento económico, transversal a todos os setores e à maioria dos países. 

De facto, essa luz, era, novamente, um "comboio gigante na nossa direção”, para colocar as empresas na "corda bamba”. 

Subitamente (ou não), iniciou-se a Guerra na Ucrânia, que levou ao aumento do preço das matérias-primas, em especial no setor agrícola. Em simultâneo, houve o aumento das taxas de juro do Banco Central Europeu que, num curto espaço de tempo, gerou stresse financeiro sobre as famílias com empréstimos a taxas variáveis, reduzindo o consumo interno. Entretanto, como se isto já não fosse suficiente, temos a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.  

A acrescentar a tudo isto, e enquanto escrevo, mais uma ameaça em "cima da mesa”: o Egipto que vê no Daesh uma ameaça semelhante ao Hamas sendo que, do ponto de vista dos especialistas, o Daesh está muitíssimo mais "armado” do que o Hamas. E, por fim, foram encontrados "manuais” da Al-Qaeda em Israel, o que faz com que estejamos num "quadrado perigoso”, com o Irão a fazer também parte da equação, com a ameaça presente do Hezbollah, assim como o Líbano! 

Por cá, o clima económico piorou no mês de outubro, quer ao nível das empresas quer ao nível das famílias, sendo este pessimismo também uma ameaça ao crescimento económico.  

A economia portuguesa contraiu no 3º trimestre devido à quebra exportações, desceu 0,2% PIB (devido à redução das exportações de bens e serviços, com o turismo incluído). Em comparação com a Zona Euro temos o 3º pior desempenho (só pior: Irlanda e Áustria). O desemprego continua a subir há quase um ano, e é o período mais preocupante desde o tempo da "troika”. A Alemanha continua em recessão, desta feita no 3º trimestre de 0,1%. A inflação abrandou em outubro para 2,2% (INE). 

Os decisores financeiros das empresas estão, assim, a ser surpreendidos diariamente por mudanças universais que, num mundo cada vez mais global, fazem com que os efeitos sejam muito sérios. 

Vejamos, por exemplo, o caso da Autoeuropa em Portugal. A Autoeuropa é responsável por 1,5% do PIB português e representa 4% das exportações do país. Como sabemos já (notícias recentes), a sua paragem fez reduzir a produção em 40% em setembro. Podemos ter, por vezes, a melhor gestão adequada à nossa empresa, mas um fator externo, não controlável, pode alterar, de forma drástica, a performance que esperávamos.  

Vivemos assim num ambiente de constante mutação, onde vários fatores podem afetar a tesouraria das empresas. É um círculo vicioso: se um fator pode alterar por completo o business plan de uma empresa, imagine-se o efeito de vários fatores em simultâneo e incontroláveis. 

Apesar da previsão de crescimento (pelo Banco de Portugal) do PIB português na casa dos 2,3% em 2023, as perspetivas para a zona Euro não são muito otimistas, principalmente devido à performance da economia alemã, para a qual se prevê uma recessão de cerca de 0,4% no PIB, como consequência direta da guerra na Ucrânia. 

Esta previsão traz fortes consequências para a economia portuguesa, pois, como sabemos, a Alemanha está no Top 3 dos principais mercados de exportação das nossas empresas. 

Como se tudo isto não fosse suficiente e uma fonte de preocupação, as insolvências registadas em Portugal aumentaram 7,3% em setembro, face ao mesmo período de 2022. E foi o 5.º mês consecutivo de aumento das insolvências.  

E é exatamente aqui - nas insolvências nacionais e internacionais, e/ou na degradação financeira das empresas - que o Seguro de Crédito entra como uma ferramenta indispensável de auxílio aos gestores financeiros. Esta solução atua na salvaguarda do balanço da empresa, num dos seus maiores ativos, que são as "Dívidas de Terceiros a Curto Prazo”. Mas a ajuda do Seguro de Crédito não se esgota no momento da indemnização das faturas não pagas: vai muito para além disso.   

O Seguro de Crédito é como um GPS que guia as empresas no seu dia-a-dia, pois vai facultando regularmente informações aos gestores sobre as mudanças verificadas nos seus clientes, ao nível da solidez financeira. Avisa, como um GPS - no sentido figurativo, naturalmente -, sobre "estradas bloqueadas”, ou seja, alertando assim para a necessidade de alterar a relação com os clientes que compram a crédito, reduzindo a exposição ao risco, ou mesmo não concedendo mais crédito. 

Outra das vantagens do Seguro de Crédito é na procura de novos clientes, algo que é fundamental para o crescimento de qualquer empresa. Se estes novos/potenciais clientes são, por vezes, desconhecidos para as empresas, certamente para as companhias de Seguro de Crédito não o são, pois no seu histórico têm já um agregado de informações sobre a sua performance financeira. Em último caso, tratando-se de empresas recentes, com pouco ou nenhum histórico de atividade, a concessão de coberturas exige um estudo minucioso a essas empresas e a prestação da sua opinião sobre a sua solidez aos gestores. 

Um corretor de seguros, como a MDS, com uma equipa dedicada a 100% ao Seguro de Crédito, é fundamental para a implementação de uma apólice que abranja e salvaguarde todos os cenários possíveis do negócio, o que, parecendo fácil à primeira vista, por vezes há pormenores aos quais estamos habituados a lidar diariamente, e apontamo-los, para não existirem surpresas desagradáveis. 

Vivendo ao minuto, ou ao segundo, os gestores não podem desligar o seu GPS. Na minha opinião, devem guiar-se pelos analistas, profissionais e experientes, das companhias de Seguro de Crédito. 

 


Marcos Polónia, Diretor de Crédito e Caução, MDS Portugal 
Publicado no Vida Económica