voltar

Lar, Seguro Lar

23.01.2023
Lar, Seguro Lar
Desde que o ser humano trocou o estilo de vida nómada pelo sedentarismo que a procura por um abrigo permanente e seguro se tornou uma prioridade, e também um direito, conforme previsto na Constituição de inúmeros países, incluindo Portugal. O nosso país caracteriza-se, inclusivamente, do ponto de vista sociocultural, por uma expressiva preponderância de habitações adquiridas para usufruto próprio, isto comparativamente com a média europeia. Por outro lado, quando pensamos em taxas de penetração dos seguros de habitação, temos dos valores mais reduzidos a nível europeu, e, quiçá, dos mais baixos no que diz respeito a países desenvolvidos.  

Como pode um povo dar tamanha importância à propriedade de habitação própria, mas depois não tomar as devidas medidas para transferir os riscos que ameaçam a mesma, contratando uma apólice de seguros, optando assim por reter os mesmos com a esperança de que, em caso de sinistro, disponha de liquidez suficiente para assumir a perda financeira que se verifique na sua habitação, seja de pequena ou elevada dimensão? Por norma, apontam-se duas razões para que tal aconteça: o crónico baixo poder de compra do cidadão nacional e a reduzida literacia em termos de seguros.  

Tal assume níveis de maior preocupação se considerarmos que o nosso "cantinho” à beira-mar plantado é, na realidade, um território exposto a uma miríade de riscos. Comecemos pelos mais recentes eventos de inundações em Lisboa, no Porto e um pouco por todo o país, que ocorreram nas últimas semanas. Não tenhamos dúvidas de que sofreremos, em elevada escala, o impacto das alterações climáticas e de que, enquanto país e sociedade, não estamos minimamente preparados para tal, sendo os nossos níveis de resiliência reduzidos. Para não falar da questão dos sismos. O facto de a maioria dos portugueses nunca ter vivenciado um grande evento sísmico, não significa que não esteja exposta a tal. Contudo, conforme um estudo recentemente publicado pela União Europeia, neste momento, em Portugal, o setor segurador protege apenas cerca de 5% dos eventuais danos causados por catástrofes naturais. 

Os incêndios são também um fator de preocupação, tanto ao nível florestal, uma vez que serão cada vez mais frequentes em consequência da má gestão que fazemos do binómio alterações climáticas/ordenamento florestal, como também no que diz respeito a incêndios urbanos, fruto do envelhecimento do nosso parque habitacional e da inexistência de medidas de prevenção e proteção contra Incêndio. Veja-se a boa prática de França, país no qual é, atualmente, obrigatória por lei a instalação de detetores de fumo no interior das habitações. Em Portugal existe apenas a obrigatoriedade de contratação de um seguro de incêndio para propriedade horizontal, e sem que seja feita qualquer fiscalização ou controlo.  

Uma característica de Portugal que, inclusive, já se transformou em bandeira turística, prende-se com os elevados níveis de segurança. Contudo, fazemos parte de um mundo global, cada vez mais instável e perturbado, pelo que deveremos preparar-nos para a possibilidade de assistirmos, a curto prazo, em território nacional, a alterações de ordem pública, atos de pilhagens e outros eventos com conotação de natureza sociopolítica.   

Qual o denominador comum a todos os riscos referidos até ao momento? Fazem, ou podem fazer, parte integral do âmbito de coberturas de seguros Multirriscos Habitação, comercializados pelas seguradoras a operar no nosso mercado. 

 

Existem outros eventos e circunstâncias causadoras de sinistros menos comuns que os proprietários podem não saber que estão salvaguardadas pelo seu seguro. Informar os segurados sobre tais sinistros invulgares pode ser uma ótima forma de os agentes e corretores de seguros construírem confiança e valor. Eis alguns exemplos de tais perdas invulgares e usualmente garantidas em seguros de Multirriscos Habitação: 

- Impacto de objetos de caem do céu, tais como meteoritos ou componentes de aviões;  

- Impacto de lava (cobertura deveras importante em territórios expostos a erupções vulcânicas); 

- Comida podre: os segurados poderão participar um sinistro caso a comida congelada no frigorífico se estrague devido a um acontecimento imprevisto, tal como uma falha de energia; 

- Danos em anexos: os segurados poderão participar sinistros que danifiquem cercas, casas de hóspedes, garagens isoladas, caixas de correio ou telheiros; 

- Mordidelas ou ataques de animais de estimação: a cobertura de responsabilidade civil familiar poderá ser ativada quando um animal pertença do segurado fique sem controlo; 

- Despesas de hotel: após um sinistro garantido, caso o segurado e o seu agregado familiar necessitem de realojamento enquanto a sua habitação é reparada em função de um incêndio ou outro dano coberto pela apólice, tais despesas encontram-se garantidas pelo seguro; 

Dito isto, nunca é de mais recomendar a contratação de um seguro Multirriscos Habitação. Se não o fez ainda, fale com o seu mediador ou corretor, confie a proteção do seu lar a especialistas. 

 

 

Por Nuno Rodrigues, Diretor de Riscos Patrimoniais e Engenharias da MDS Portugal 
Publicado no Vida Económica