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Gerir riscos climáticos (também) é essencial nos negócios

12.09.2023
Gerir riscos climáticos (também) é essencial nos negócios
O "clima" pode ser definido como os padrões meteorológicos médios que se verificam num período longo (pelo menos de 30 anos, de acordo com Organização Meteorológica Mundial), os quais definem os climas locais, regionais e globais do nosso planeta. O fenómeno das alterações climáticas consiste, então, nas variações destes padrões de longo prazo.   

Estas mudanças, que tanto resultam de causas naturais, como de atividades humanas, têm sérios impactos na natureza e nos ecossistemas, podendo prejudicá-los de forma irremediável e, consequentemente, colocar em risco a sociedade e as economias.   

Há muito que as alterações climáticas deixaram de ser um conceito teórico, um risco futuro e longínquo. Hoje é consensualmente aceite que se trata de uma realidade presente, global, sentida, percebida e constatada por todos nós. Basta-nos efetuar um simples exercício: recordar como eram os padrões meteorológicos das estações do ano quando éramos crianças e jovens, e compará-los com os atuais.  

As recentes notícias de incêndios nas ilhas de Maui, no Havai, e Rodes, na Grécia, em Tenerife, ou no Canadá, por exemplo, confirmam empiricamente o conceito.  

Na verdade, os índices meteorológicos mundiais têm, de forma constante e progressiva, vindo a atingir novos máximos.  

Segundo uma notícia recente do Público, "Julho passado foi o mês mais quente de sempre à superfície da Terra, desde que se faz um registo das temperaturas. A temperatura média atingiu os 16,95 graus Celsius, de acordo com as contas do programa Copérnico, ficando 1,5 graus acima  da média dos meses de julho de 1850 a 1900, período considerado um equivalente ao pré-industrial (se tomarmos como média as temperaturas do século XX, o valor é 1,12 graus superior).”1  

Em Portugal foram atingidas as temperaturas mais altas desde 1930!  

Apesar da reduzida dimensão do seu território, Portugal apresenta diversidades geográfica e climática assinaláveis, e tem sido exposto ao aumento generalizado e consistente da temperatura, sofrendo eventos extremos, como ondas de calor e secas prolongadas, alterações dos padrões de pluviosidade, subida do nível do mar, etc., que impactam toda a sociedade e agentes económicos de forma profunda e preocupante.  

As evidências são fortes e próximas! Os eventos climáticos extremos vão acontecer, apenas não se sabe quando. 

Por essa razão, é forçoso que os responsáveis das organizações incluam os riscos que emergem das alterações climáticas nas suas agendas, atribuindo um cariz estratégico à sua gestão, uma vez que a ocorrência de eventos climatéricos extremos ou catastróficos pode colocar em causa a própria continuidade dos negócios. 

Concomitantemente com o investimento em medidas de proteção (por exemplo, meios de deteção e de combate ao fogo), a contratação de seguros patrimoniais tecnicamente bem estruturados assume um papel absolutamente crítico e estruturante para a gestão de risco, o reforço da proteção dos ativos das organizações, e para garantir a continuidade e sustentabilidade dos negócios.  

Um seguro proporciona tranquilidade aos gestores, na medida em que, mediante o pagamento de um valor pré-determinado e suportável, assegura que, em caso de ocorrência de um sinistro (especialmente quando atinge uma proporção catastrófica), custos de reparação de danos, de reconstrução de estruturas e reposição de mobiliário, máquinas e equipamentos, entre outros, sejam assumidos pelo segurador.  

Acresce que, se tiver sido contratada a cobertura – o que é altamente recomendável – de perdas de exploração, em caso de sinistro previsto na apólice, o segurador garante prejuízos sofridos pela empresa segura em resultado da interrupção ou redução da sua atividade. Na prática, colocará o segurado na mesma posição financeira que existiria se a sua atividade não tivesse sido paralisada ou reduzida.  
 
A experiência comprova que as organizações que gerem de forma proativa e sistematizada os riscos climáticos (quer na sua ocorrência, quer nos seus impactos), que tenham em vigor planos de continuidade de negócio robustos e transferido estes riscos para o mercado segurador, estão  melhor preparadas e em melhores condições para enfrentar um evento adverso e, acima de tudo, para reagir e recuperar.  

Pela complexidade técnica envolvida, é altamente recomendável que as empresas contem com o apoio de consultores especializados de risco e seguro, de que é exemplo a MDS, de forma a terem a tranquilidade, segurança e confiança necessária para se focarem no seu negócio. 




Por Pedro Pinhal, Diretor Técnico e Sinistros da MDS Portugal 
Publicado no Vida Económica