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Como proteger o seu imóvel ou investimento?
07.10.2021

Portugal continua a ser um destino de eleição para cidadãos, mas também para empresas francesas, o que tem conduzido à realização de importantes investimentos, nomeadamente no setor imobiliário.
Apesar de existir uma proximidade geográfica e cultural, subsistem algumas diferenças entre França e Portugal no que diz respeito ao regime legal e em termos de cultura de seguros. Dado que França é um dos mercados de seguros mais avançados, por vezes torna-se desafiante encontrar produtos que vão encontro dessas mesmas expetativas.
Por isso, é importante contar com o aconselhamento de consultores especializados nas diferentes áreas, incluindo ao nível dos seguros. Profissionais que conheçam o enquadramento legal e as melhores soluções disponíveis, permitindo desta forma assegurar uma correta protecção destes investimentos.
Sabia que em Portugal existe a obrigatoriedade de contratar um seguro de incêndio para edifícios em propriedade horizontal? Que deverá ter um capital seguro que "… deverá corresponder, tanto à data de celebração do contrato como a cada momento da sua vigência, ao custo de mercado da respetiva reconstrução, tendo em conta o tipo de construção ou outros fatores que possam influenciar esse custo…”?
Importância da definição do valor a segurar
Um bom seguro, uma boa proteção, tem de ter por base o correto cálculo do valor a segurar – o valor de reconstrução.
Salvo raras exceções, o custo do seguro, o valor de indemnização em caso de sinistro e o limite máximo da responsabilidade do Segurador perante o Segurado, são calculados tendo por base o valor de reconstrução indicado na contratação do seguro.
Se o capital seguro for superior ao valor de reconstrução, terá um custo superior ao necessário com o seguro dado que a indemnização paga pelo Segurador ter como limite máximo o valor de reconstrução. Pelo contrário, se o capital seguro for inferior ao valor de reconstrução, o segurador só paga uma parte dos prejuízos, proporcional à relação entre o custo de reconstrução o à data do sinistro e o capital seguro.
Facilmente se entende o quão importante é o cálculo correto do valor de reconstrução.
Mas como determinar corretamente o valor de reconstrução?
Nem sempre é tarefa fácil.
Na prática o custo de reconstrução não corresponde ao valor de construção original do imóvel, nem ao valor de aquisição do mesmo ou ao seu valor de mercado. O valor patrimonial calculado pelas autoridades fiscais Portuguesas para efeitos de cálculo de Imposto sobre Imóveis (IMI) também não deverá ser referência.
O valor a segurar deve corresponder ao custo de mercado da respetiva reconstrução, tendo em conta o tipo e os materiais de construção e/ou outros fatores que possam influenciar esse custo. Deve ainda refletir todos os elementos incorporados pelo proprietário, bem como o valor das partes comuns, mas excluindo sempre o valor dos terrenos.
Mantenha atualizado o valor seguro
É importante referir que a indicação e atualização do capital seguro é da exclusiva responsabilidade do tomador do seguro e que o segurador não pode, de sua livre iniciativa, proceder a alterações.
Assim, o valor seguro deve ser periodicamente atualizado, sendo recomendável a contratação de um mecanismo de atualização automática de capitais. Este automatismo ajudará a mitigar esta questão.
Proteja o seu imóvel e investimento. Consulte-nos.
Simule o custo de reconstrução
Com o objetivo de ajudar todos aqueles que necessitam de contratar um seguro para um imóvel, a APS – Associação Portuguesa de Seguradores disponibiliza um simulador que permite ajudar a calcular o valor de reconstrução. https://scrim.apseguradores.pt/
Fruto de uma parceria entre a APS e a FUNDEC - Associação para a Formação e o Desenvolvimento em Engenharia Civil e Arquitetura ligada ao Instituto Superior Técnico, este simulador é o resultado de um projeto com base em metodologias inovadoras e tem em conta múltiplos fatores, entre eles:
•a qualidade da construção, quer recorrendo ao certificado energético da mesma (intrinsecamente ligado à qualidade construtiva) ou, caso tal não esteja disponível, a fatores técnicos complementares;
•a localização da habitação, fruto do efeito regional no custo de construção, não tanto ao nível de materiais e equipamentos, mas sim da mão-de-obra a qual varia significativamente a nível geográfico;
•a Área Bruta Privativa, que consta da caderneta predial e é o indicador de área mais comummente utilizada.
Importante referir que, como refere a própria APS, "os resultados obtidos através deste simulador são meramente indicativos e, por este motivo, os tomadores não estão obrigados a aceitá-los, cabendo-lhes sempre a responsabilidade de indicar o valor, em concreto, pelo qual pretendem segurar o seu imóvel”.
Andreia Dias, Diretora Geral de Riscos Empresariais da MDS Portugal
Publicado na Revista Aspectos