A nova agricultura enfrenta desafios cada vez mais complexos devido às mudanças climáticas, variabilidade do clima e oscilações de mercado. Nesse cenário, os seguros paramétricos emergem como uma solução inovadora para proteger o setor agrícola contra riscos climáticos e eventos adversos de forma mais eficiente do que os seguros tradicionais.

Um seguro paramétrico garante a ocorrência de um evento e não de um dano propriamente dito, recorrendo a um índice (ou conjunto de índices) pré-determinado e acordado entre Segurador e Segurado, cujos valores respetivos apresentam um "limiar”, o qual, uma vez atingido/ultrapassado, dá direito a indemnização que pode aumentar progressivamente até atingir o limite máximo de indemnização previsto na apólice.

Tal índice, ou índices, deve ser correlacionável com a causa do evento e mensurável com recurso a informação disponível publicamente, e produzida por terceiros. E será modelizado com recurso a grandes quantidades de dados – "Big Data” – e algoritmos de inteligência artificial. Esta abordagem é particularmente benéfica para a nova agricultura, que cada vez mais depende de dados para a tomada de decisões e gestão de riscos.

Com a utilização de sensores, imagens de satélite e inteligência artificial, os agricultores podem integrar os seguros paramétricos na definição do seu plano estratégico, minimizando impactos financeiros e operacionais em caso de eventos climáticos extremos, tais como secas, geadas ou tempestades

severas.

Além da rapidez no pagamento das indenizações, outro benefício deste tipo de seguro é a redução dos custos administrativos e operacionais, tornando o seguro mais acessível e atraente para pequenos e médios produtores. Dessa forma, o seguro paramétrico amplia a resiliência do setor agrícola e contribui para a segurança alimentar global, pois permite que os agricultores tenham maior previsibilidade financeira e capacidade de recuperação diante de adversidades.

Com a evolução da agricultura digital, os seguros paramétricos tornar-se-ão cada vez mais comuns, fortalecendo a sustentabilidade do setor. O seu potencial de adaptação às necessidades de diferentes culturas e regiões faz com que sejam uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios climáticos e garantir uma produção agrícola mais estável e segura.