Seguros de Transporte
O QUE É O SEGURO DE MERCADORIAS TRANSPORTADAS?
O QUE NÃO FICA COBERTO PELO SEGURO?
Apesar de a extensão da cobertura ser diferente em função das cláusulas aplicáveis, as apólices de mercadorias de uma maneira geral excluem: dolo, insuficiência ou inadequação da embalagem, vício próprio e perda ou dano causados por demora.
QUEM DEVE CONTRATÁ-LO: O IMPORTADOR OU O EXPORTADOR?
Qualquer dos envolvidos no processo pode/deve segurar os danos à carga. De acordo com o contrato e o incoterm utilizado, o seguro de mercadoria poderá ficar a cargo do comprador ou do vendedor.
O QUE SÃO OS INCOTERMS?
São os termos utilizados num contrato internacional de compra/venda que, no que respeita ao seguro, definem qual das partes (vendedor ou comprador) tem a obrigação de o contratar e pagar o prémio respetivo.
Alguns dos incoterms mais comuns são: EXW (Ex works), FOB (Free on board), CIF (Cost, insurance and freight
SEGUROS DE TRANSPORTE EM TEMPO DE PANDEMIA
Os tempos que vivemos trazem novas experiências e dificuldades acrescidas, mas também novas oportunidades.
As empresas têm-se adaptado, reinventado e, por vezes, mudado radicalmente o percurso de muitas décadas. São novos produtos, novos mercados, novos canais, novos fornecedores, novos clientes.
Esta mudança rápida deixa a empresa, em muitos casos, exposta a novos riscos que até então não tinha experimentado. Os factos e números não mentem e devem servir de alerta para a necessidade de protegermos a mercadoria com um seguro adequado. Por exemplo, os equipamentos de proteção relacionados com a Covid foram particularmente visados pelos criminosos. A procura do mercado negro levou a uma série de roubos de equipamento de proteção pessoal, visto que os infratores sabiam que este era um dos produtos mais valorizados. Os dados registados "apenas” pela TAPA – Transported Asset Protection Association, referentes ao período de março a agosto 2020, já demonstram a dimensão do problema:
- 680.000 máscaras duma localização desconhecida na República Checa a 17 de março
- 500.000 máscaras roubadas de um camião em França que ia para a fronteira espanhola, a 7 de maio
- 200.000 máscaras desapareceram de um camião estacionado numa estação de serviço em Espanha a 8 de maio
- 50.000 fatos de proteção médica foram roubadas de um camião numa área de serviço em França a 7 de abril
- 500 ventiladores roubados do armazém de destino em Colónia, Alemanha, em 16 de março
- Um carregamento de gel desinfetante roubado de um camião em Odsmalsbron na Suécia a 6 de abril
- Luvas e equipamentos de proteção médica roubados de um camião em Bergen, Noruega, a 20 de março
- Máscaras roubadas de um veículo em Coulounieix-Chamiers em França, a 18 de março
A procura de outro produto altamente valorizado durante a quarentena foi também refletida no roubo de 130.000 rolos de papel higiénico de reboques em Walsall, no Reino Unido, a 20 de março.
Cinco países tiveram 87% de todos os roubos de carga reportados pela TAPA no período de 6 meses: Reino Unido (1.670 incidentes), Alemanha (827), Holanda (170), Espanha (129) e Rússia (63). Ou seja, quatro destes países estão entre os principais parceiros comerciais portugueses.
De realçar ainda que outros seis países reportaram também um número de incidências superior a dois dígitos neste período, a saber: Itália, Dinamarca, Roménia, Bélgica, Hungria, e República Checa.
De referir que à TAPA só são comunicadas as ocorrências de grande dimensão.