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Foque-se no negócio e nós na gestão dos seus riscos

05.01.2022
Foque-se no negócio e nós na gestão dos seus riscos
Vivemos num mundo interconectado e enfrentamos tempos excecionalmente instáveis e imprevisíveis, onde a volatilidade, a incerteza, a complexidade e ambiguidade predominam. É o denominado mundo VUCA (volatillity uncertainly, complexity, ambiguity).

Naturalmente, o setor agroalimentar não é exceção e o sucesso ou insucesso dos seus intervenientes - agricultores e produtores, fornecedores, transportadores, distribuidores - dependerá da forma como respondem aos desafios que enfrentam e de como gerem os riscos a que estão expostos.

Na realidade, este setor está especialmente exposto a riscos significativos, variados e complexos, nomeadamente catástrofes naturais, disrupções nas cadeias de abastecimento e distribuição, incêndios ou problemas de confiança e reputação, entre outros. São riscos que impactam o património dos produtores e agentes que operem neste setor, mas também a saúde dos consumidores - o que, inevitavelmente, pode gerar severas responsabilidades com importantes repercussões financeiras para as empresas.

De facto, face a esta exposição alargada, é critico que todos e cada um dos operadores implementem estratégias para mapear e gerir os riscos, envolvendo a correta identificação, análise, mitigação, controlo e financiamento/transferência dos riscos; bem como a definição mecanismos de resposta em caso de eventos adversos, incidentes ou acidentes. Por exemplo, o setor agroalimentar baseia-se em cadeias de abastecimento cada vez mais complexas e sofisticadas, ficando assim exposto aos riscos das suas próprias empresas, do mercado onde operam, mas também aos riscos de todos os operadores que integram este ecossistema.

Por tudo isto, as empresas necessitam de efetuar a transferência de riscos, seja subscrevendo coberturas adicionais aos seguros de Património e Perdas de Exploração, como por exemplo Carência de Clientes e Carência de Fornecedores, mas também aproveitando os benefícios de outras soluções inovadoras, como é o caso dos seguros paramétricos. Estas novas soluções são especialmente úteis para o setor agroalimentar, nomeadamente na gestão dos riscos de origem climatérica.

Os seguros Paramétricos vêm quebrar alguns dogmas associados aos seguros ditos tradicionais e oferecer uma oportunidade ainda mais adequada a cada negócio. O seu ponto de partida não é segurar os danos materiais, mas antes os eventos em si, climatéricos ou não.
Não existe um capital seguro, mas sim um limite de indemnização, sendo também pré-estabelecido o índice ou parâmetro que, quando atingido, aciona o seguro e dá lugar a indemnização. Tudo isto sem que exista a necessidade de uma tradicional peritagem de seguros ou da ocorrência de danos materiais. O processamento de indemnizações é assim célere, entre duas semanas a dois meses, contribuindo desta forma para uma maior rapidez na recuperação/reconstrução.

Atualmente, já existem inúmeros exemplos de aplicabilidade prática deste tipo de seguros associado a alterações climáticas: a queda de granizo e o seu impacto no setor agrícola; o excesso de precipitação e o impacto no setor agrícola ou de transportes; os incêndios florestais e o respetivo impacto no setor de produção de papel ou madeira; ou a seca e o impacto no setor vinícola, são apenas alguns.
É cada vez mais comum referir que um seguro Paramétrico poderá providenciar cobertura para toda e qualquer situação que origine uma perda económica, desde que a mesma possa ser diretamente correlacionada a um ou mais parâmetros facilmente observáveis.

Para tal, é vital que os operadores do setor agroalimentar sejam acompanhados por consultores de seguros e riscos, com conhecimento e experiência na gestão do risco no âmbito da sua atividade e no desenvolvimento de soluções de transferência de risco inovadoras, como é o caso da MDS. Com este apoio, os gestores podem focar-se no desenvolvimento do seu negócio e na criação de valor, sabendo que a gestão dos seus riscos está em boas mãos.



Pedro Pinhal, Diretor Técnico e Sinistros, MDS Portugal
Publicado na Revista Aspectos